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Transtorno do déficit de atenção/hiperatividade (TDAH)

O que é transtorno do déficit de atenção com hiperatividade

O Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) é uma condição do neurodesenvolvimento caracterizada por desatenção e/ou hiperatividade/impulsividade de forma bastante frequente, penetrante e prejudicial. As taxas de prevalência variam de acordo com o sexo, o que mostra em alguns estudos uma proporção de homens para mulheres de 4:1em amostras clínicas e 2:1 em estudos da população geral.

 

Etiologia 

Várias teorias sobre a etiologia do TDAH têm sido propostas, desde explicações de causas singulares até modelos que caracterizam o TDAH como um transtorno multifatorial, incluindo fatores genéticos e ambientais.

 

FATORES GENÉTICOS:

O TDAH é um transtorno familiar; parentes de primeiro grau de pacientes apresentam risco cinco a dez vezes maior de desenvolver o transtorno em comparação com a população em geral. Estudos com gêmeos demonstraram uma herdabilidade de 70% a 80% em crianças e adultos.

 

FATORES AMBIENTAIS:

Muitos fatores de risco ambientais foram associados ao TDAH. No entanto, nenhum é específico para essa condição. Devido à alta herdabilidade do TDAH, as interações gene-ambiente podem ser o principal mecanismo pelo qual fatores ambientais aumentam o risco de desenvolver o transtorno. A epigenética está recebendo maior foco atualmente, uma vez que fornece mecanismos pelos quais fatores de risco ambientais modificam a função do gene. Exemplos de alguns fatores ambientais que podem estar ligados ao desenvolvimento do TDAH:

 

Fatores pré-natais e perinatais: baixo peso ao nascer, prematuridade (os dois mais pesquisados), exposição intrauterina ao estresse materno, obesidade materna, hipertensão, tabagismo, consumo de álcool, de medicamentos (por exemplo, paracetamol, valproato) e substâncias ilícitas.

Toxinas ambientais (intrautero ou durante a primeira infância): chumbo, pesticidas organofosforados e bifenóis policlorados.

Deficiências nutricionais: zinco, magnésio, ferro, ácidos graxos polinsaturados derivados de ômega-3.

Excedentes nutricionais: açúcar, corantes alimentares artificiais, alimentos com baixo ou alto teor de IgG.

Fatores psicossociais: baixa renda, adversidade familiar, educação severa ou hostil.

Apresentação clínica

O TDAH é definido pela presença de um padrão persistente de desatenção e/ou hiperatividade-impulsividade, que interfere no funcionamento ou desenvolvimento normal. As manifestações de desatenção são numerosas, incluindo desde ficar vagando durante a execução de uma tarefa, falta de persistência e tendência à desorganização.

A hiperatividade se manifesta como atividade motora excessiva quando não apropriada, inquietação, batidas leves ou loquacidade. Impulsividade se refere à tomada de decisões ou ações sem planejamento. Além disso, pode aparecer como intromissão social ou tomada de decisões importantes sem considerar suas consequências. É importante enfatizar que esses padrões de comportamento não devem ser causados por padrão desafiante ou falta de compreensão.

 

Pesquisas sobre a estrutura fatorial dos sintomas de TDAH ao longo da vida, usando diferentes fontes de informação (por exemplo, professores e pais) e culturas, sugere um modelo de dois fatores para TDAH, com as dimensões de desatenção e de hiperatividade/impulsividade. O DSM-5 sugere que existem três apresentações de TDAH: predominantemente desatento, predominantemente hiperativo/impulsivo e combinado. Embora essa descrição forneça protótipos clínicos convenientes que têm associações específicas com correlatos funcionais e comportamentais de sintomas de desatenção e hiperatividade-impulsividade, ela não identifica subgrupos robustos com estabilidade suficiente em longo prazo para justificar a classificação dos distintos tipos da doença.

 

 

Principais sintomas de DESATENÇÃO no TDAH:

  • Dificuldade em prestart atenção aos detalhes e cometer erros por descuido

  • Dificuldade em manter a atenção em tarefas ou atividades 

  • Esforço para ouvir quando alguém fala 

  • Esforço para executar e completer tarefas ou atividades 

  • Dificuldade em organiz tarefas e atividades 

  • Evitar tarefas que exigem mais esforço mental 

  • Perder objetos necessários para realizer tarefas ou atividades

  • Distratibilidade a partir de estímulos externos 

  • Esquecimento das atividades diárias

 

 

Principais sintomas de HIPERATIVIDADE/IMPULSIVIDADE no TDAH:

  • Mexer-se ou bater as mãos ou pés, ou se contorcer no assent

  • Levantar-se quando se espera que permaneça sentado (a)

  • Ficar correndo ou escalando (principalmente as crianças) ou sentimentos subjetivos de inquietação (principalmente os adolescentes e adultos)

  • Incapacidade de ter algum lazer silencioso

  • Frequentemente “em movimento”, “como se tivesse um motor”

  • Logorréia inadequada

  • Deixar escaper as respostas antes que uma pergunta seja concluida 

  • Dificuldade em esperar sua vez em jogos ou atividades 

  • Interromper outras pessoas ou intrometer-se 

É importante destaca rque crianças afetadas pelo TDAH podem ser capazes de manter o foco ao realizer tarefas específicas, como jogar video game,  assistindo televisão, ou em certas situações de que gostam. A motivação, relevância e atratividade da tarefa para a criança influenciam na manifestação dos sintomas. Além disso, pais cuidadosos podem fornecer ambientes estruturados e estimulação para seus filhos com TDAH, criando uma situação onde os sintomas só são evidenciados mais tarde na adolescência, quando se tornam mais independentes.

Diagnóstico

Atualmente, o diagnóstico de TDAH depende exclusivamente da avaliação clínica. O ideal é que o diagnóstivo seja baseado em informações do maior número possível de fontes. Além disso, está claro que alguns informantes serão capazes de avaliar alguns dos sintomas com mais precisão do que outros (por exemplo, os pais podem relatar sobre o desenvolvimento e comportamento de seus filhos em casa, enquanto os professores, por estarem constantemente cercados por crianças da mesma idade, podem relatar melhor as diferenças em relação aos colegas e o comportamento na escola.

 

O médico também vai avaliar a criança, embora os sintomas possam estar ausentes durante a entrevista de avaliação. Seria inadequado e irreal exigir que uma criança demolisse ou se descontrolasse no consultório médico para fazer um diagnóstico de TDAH. Além disso, examinar a criança é importante para excluir outros problemas. Os adolescentes devem ser questionados sobre os sintomas que tiveram durante a infância. No entanto, muitas vezes negam sintomas no passado, interpretando-os como comportamentos normais ou minimizando seu impacto. As informações dos cuidadores e os relatórios escolares podem ajudar a determinar a idade de início dos sintomas.

Tratamento

Existem várias estratégias de tratamento que podem melhorar os sintomas de TDAH que são apoiadas por evidências. Dada a variação entre os pacientes, é necessário um plano de tratamento individualizado, levando em consideração a idade, as comorbidades, gravidade, circunstâncias familiares e sociais e preferências do paciente e da família. O(A) paciente e sua família devem estar sempre envolvidos neste processo.

 

O tratamento na infância e adolescência para o TDAH é multidisciplinar. Engloba psicoeducação para os pais e conta com a ajuda de profissionais de várias áreas, como psiquiatras, psicólogos, psicopedagogos e fonoaudiólogos.

 

A maioria das diretrizes recomenda intervenções comportamentais (especialmente treinamento comportamental dos pais) combinado com medicação (as drogas mais utilizadas são metilfenidato e anfetaminas).  As intervenções comportamentais são indicadas como a primeira linha de tratamento principalmente para crianças mais novas e para aqueles que têm sintomas leves e deficiência.

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©Dra. Eliane Boschetti. Médica Psiquiatra CRM/SC 25305 | RQE 21692

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